Frase do capítulo:
"O veterinário disse que essa grama vai de nutrir o intelecto dos bodes anorexicos". (Michele Micheletti)
Tião fritava na cama sem saber o que fazer. Pesava os riscos de uma empreitada daquele tamanho com a porrada de zeros que levaria pela missão. Tanto vira e mexe acabou por acordar Filisbina, que sentou-se na cama, acendeu a lamparina e ficou ali, muda. Ela parecia somente esperar uma decisão do marido e concordaria com o que ele resolvesse.
- Tô pensando uma coisa aqui. - disse Tião, quebrando o silêncio.
- Fala.
- Roubar esse boi vai ser osso.
- Mas é por isso que o capitão ta pagando essa grana toda. Diz a lenda que os bois são protegidos pela maldição de Mãe Catirina e Pai Francisco. Quem se atrever a mexer com os bois fica daltônico e com um pinto de 30 cm.
- Porra, perder 5cm de piroca vai ser foda, mas acho que vale o risco. Além disso, sou cético e ateu, graças a Deus.
- O que a gente faz? - perguntou a mulher com a voz triste de quem vai perder um naco de carne.
- Arruma a mala aê.
Tião e a mulher desembarcaram em Manaus na tarde do dia seguinte. Devidamente vestidos de índio, misturando-se aos locais, foram até o balcão da Manaus Tour obter mais informações sobre a festa de Parintins. Saíram de lá com duas passagens de ônibus, um Guia de Etiqueta Tupinambá e o CD do Frank Aguiar. Preparados e satisfeitos, discutiram os finalmentes no caminho.
O Festival Folclórico de Parintins é como qualquer outra festa folclórica: gente feia, música péssima e comida sem procedência. Na noite daquele dia haveria o desfile final dos bois e o momento certo para a captura. Tião já tinha pensado em tudo. Logo que o boi Garantido entrasse em cena, atraindo as atenções para a arena, se infiltraria no staff e sumiria com o Caprichoso. Filisbina, que nesse momento já teria bolagateado os seguranças, estaria esperando do lado de fora com o carro da fuga.
Tião passou pelos portões de trás sem grandes problemas, mas estava com uma leve sensação de tontura e coisinhas brilhando nos olhos. Mesmo assim foi adiante e bateu na porta azul perto do palco. Um homem, nem alto nem baixo, atendeu. Tião foi logo dizendo que era o novo funcionário e que tinha as credenciais, mas o sujeito fez sinal pra entrar e deu as costas antes que ele acabasse de falar.
- Me passa aquele vidrinho de porra. - pediu o sujeito nem gordo nem magro.
- Esse azul?
- É. E anda logo porque morre tudo. Seu Adair me mata.
- O senhor ta fazendo o que?
- Inseminação. Os bode aqui de Parintins viraram tudo viado. Aí tamo importando porra de fora pra poder engravidar as cabrita. Aproveita que tá aí perto da capineira e dá ração pros bicho. Só não deixa eles comer pasto. O veterinário disse que essa grama vai de nutrir o intelecto dos bodes anorexicos.
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A MELHOR FRASE POSTADA NOS COMENTÁRIOS no momento em que o autor do próximo capítulo for escrever será encaixada no texto. Que comece o festival de absurdos! Não vale utilizar nomes próprios e nem as palavras “atossicar, “alcantil” e “sampar”.
7 comentários:
Em terra de cego, quem tem um olho é caolho!
"Mãe, não tem onde por a porra do pinguim!"
Ô cachorro do "História Sem Fim", c já comeu?"
Bonjour! Comment ça va?
"Tava na beira do caos, na beira do caos, numa piração total"
opa é o thales ali embaixo, e a frase é "tava na beira do caos, tava na beira do mal, numa piração total"
Ô cachorro do "História Sem Fim", c já comeu?"
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