terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

15 – 420 Friendly



- Sente-se, Vlademilson – disse o governador, fungando misteriosamente.

Vladmir puxou uma donairosa cadeira de sucupira e repousou o traseiro sobre ela. O governador continuou o lero:

- Tenho uma missão para você, Vlademilson.
- Poxa, mas já? - queixou-se o ucraniano maneta - Mal cheguei e já me vem com coisa pra fazer, assim sem nem um cafezinho?
- Mil perdões, Vlademilson – disse o governador, reconhecendo a pressa – Cafezinho não tenho, mas aceita um fino pó da mais pura procedência?
- O senhor vai me desculpar, mas depois da anestesia que tomei ontem, esse seu pó aí vai parecer cerveja sem álcool.
- Ah é? – para o governador, aquilo foi um desafio – Então que tal um chá de fita?
- Daqueles que deixa doidão?
- É, mas esse aqui deixa muito mais.
- E o que é?
- Chá de fita do Pink Floyd.

Tomaram o chá, chamaram umas garotas e entregaram-se a uma louca orgia alucinógena, da qual participou até uma Miss Brasil que curiosamente se encontrava no recinto. Vlad estava felizão, o mundo era belo e colorido, a vida tinha cheiro de lavanda e o astral colorido de Rá elevava o espírito a uma transcendência etérea e surreal.

Depois a onda passou e eles voltaram a falar de negócios.

- É o seguinte – disse o governador - Tem um reino vizinho que está nos causando problemas, e o rei precisa ser deposto a qualquer custo. Já fizemos outras tentativas. Dia desses botamos um cara lá dentro, tava indo até bem, o moleque. Com apenas uma flecha, ele matou a rainha e sete guardas. Mas infelizmente foi pego em flagrante e jogado aos chacáis.
- Prossiga.
- Nos últimos dias, Vlademilson, obtivemos informações muito importantes sobre sua pessoa. E achamos que você, por ser um forasteiro livre de quaisquer suspeitas, é o homem ideal para cumprir essa missão.
- Ok. Agora me conta: o que eu vou ganhar com isso?
- Que tal uma pista do paradeiro da Jabiraca? – finalizou o governador, com uma piscadela marota.

Vlad não viu outra saída: se queria dar uns pegas em Natasha Maria outra vez, aquele era o caminho mais oportuno. O carro profundamente preto passou para buscá-lo e, ainda vestido com o garbo de um comendador, ele partiu para o Reino Industrial de Contagem das Abóboras, pronto para destronar o infame Newton Cardosus I.

Frase do próximo capítulo: "Olhou de relance e achou que era cacheado."

Um comentário:

Pinho disse...

Acho pouco provável nosso herói conseguir assentar-se depois de sair de uma cadeia onde passou a mior parte do tempo sedado, ainda mais com um "cirurgião" chamado Tião. Quanto ao fato da mão amputada, acho bastante relevante a informação de qual das mãos foi retirada, pois pode alterar o rumo da saga. Se for a mão que ele se masturba, nosso amigo não conseguirá se concentrar na sua missão, já que passará muito tempo treinando com a mão que sobrou.